Sinos – o som _ obras
O Som do Tempo ou tudo que se dá a ouvir
O Som do Tempo ou tudo que se dá a ouvir
O SOM DO TEMPO é uma instalação realizada no Paço Imperial, residência da Coroa Portuguesa no Rio de Janeiro.
Resultado de 6 anos de pesquisa sobre os sinos , a memória, a história e o tempo.
Seis igrejas circundam o Paço Imperial.
O SOM DO TEMPO ou tudo que se dá a ouvir é uma instalação de badalos de sinos quebrados de dimensões variadas presos às paredes do espaço expositivo, Logo abaixo dos badalos ergue-se uma pirâmide com 1,80m (ou 7 palmos) de terra negra e 50kg de areia dourada, soterrando uma cadeira de alto espaldar. Pela instalação são exibidos três vídeos de 7 horas cada. Cada vídeo traz uma memória a partir da constituição familiar da artista como um microcosmo étnico do povo brasileiro:
A memória ouvida e testemunhada: da avó alemã. A memória apropriada construída através dos outros: da avó manauara, que a artista desconhece. E a memória do transe, do delírio.
A instalação transborda as paredes do espaço expositivo quando é ativado pelo som da cidade: todos estes vídeos estão sincronizados aos sinos das igrejas no entorno, a cada meia hora quando soam os sinos das igrejas ao redor as imagens congelam e emudecem, e a cada hora, as imagens e o som se apagam, deixando o espectador frente ao gigantesco aterramento.
O primeiro vídeo apresenta trechos do longa No Paiz das Amazonas de 1921. Produzido por Silvino Santos, primeiro fotógrafo e cinegrafista brasileiro a captar na primeira metade do século XX importantes e controversos registros visuais da Amazônia. Construindo uma realidade encomendada, o cineasta, ligado às elites locais de comerciantes e governantes, retratou a continuidade da política de colonização do Brasil. Mesmo ignorando questões como o extermínio étnico dos indígenas vistos como entraves ao progresso, Silvino traz imagens da vasta exploração da natureza da região e da mão-de-obra local. O longa, visto hoje como um filme político, foi apropriado e editado pela artista, intercalando seus trechos com imagens de vídeos de outros artistas. Imagens reais e oníricas se misturam num devaneio.
Seu som, traz o trabalho do artista de Hong Kong, Samson Young, produzido através do prêmio Art Bazel BMW, veiculado na Radio Documenta 14, com sinos de 11 países por onde viajou. Uma memória apropriada, construída através do olhar dos outros.
O Segundo vídeo apresenta a viagem à Ullersdorf an der Biele1 e de minha mãe 20 anos antes. Uma história ouvida e vivida, mas que permanece congelada num tempo romântico.
O último vídeo apresenta um pequeno estábulo de animais na Polônia com o teto formado por abóbodas, onde andorinhas fizeram seus ninhos. O vídeo tem duas velocidades correndo também em câmera lenta.Imagens de uma memória de transe e delírio.
Ao, através do badalar dos sinos do Centro da cidade, sincronizar e relacionar as memórias de sua história pessoal à memória histórica de colonização do País, a artista perverte o tempo cronológico, atualizando e questionando a “evolução” dos projetos de progresso e desenvolvimento adotados.
O Som do Tempo ou tudo que se dá a ouvir
O SOM DO TEMPO ou tudo que se dá a ouvir
VISTA
PAÇO IMPERIAL
RIO DE JANEIRO, BRAZIL
INSTAÇÃO
12 BADALOS DE SINO QUEBRADOS , 9T DE TERRA
PRETA,10KG DE AREIA DOURADA, CORDA NAUTICA, UMA CADEIRA COM ALTO ESPALDAR,
3 VÍDEOS DE 7 HORAS CADA.
CURADORIA IVAIR REINALDIM
2021
O Som do Tempo e tudo que se dá a ouvir
O SOM DO TEMPO ou tudo que se dá a ouvir
VISTA
PAÇO IMPERIAL
RIO DE JANEIRO, BRAZIL
INSTAÇÃO
12 BADALOS DE SINO QUEBRADOS , 9T DE TERRA
PRETA,10KG DE AREIA DOURADA, CORDA NAUTICA, UMA CADEIRA COM ALTO ESPALDAR,
3 VÍDEOS DE 7 HORAS CADA.
CURADORIA IVAIR REINALDIM
2021
O Som do Tempo ou tudo que se dá a ouvir
O SOM DO TEMPO ou tudo que se dá a ouvir
VISTA
PAÇO IMPERIAL
RIO DE JANEIRO, BRAZIL
INSTAÇÃO
12 BADALOS DE SINO QUEBRADOS , 9T DE TERRA
PRETA,10KG DE AREIA DOURADA, CORDA NAUTICA, UMA CADEIRA COM ALTO ESPALDAR,
3 VÍDEOS DE 7 HORAS CADA.
CURADORIA IVAIR REINALDIM
2021
O Som dom Tempo ou tudo que se dá a ouvir
O SOM DO TEMPO ou tudo que se dá a ouvir
VISTA
PAÇO IMPERIAL
RIO DE JANEIRO, BRAZIL
INSTAÇÃO
12 BADALOS DE SINO QUEBRADOS , 9T DE TERRA
PRETA,10KG DE AREIA DOURADA, CORDA NAUTICA, UMA CADEIRA COM ALTO ESPALDAR,
3 V´IDEOS DE 7 HORAS CADA.
CURADORIA IVAIR REINALDIM
2021
O Som do Tempo ou tudo que se dá a ouvir
O SOM DO TEMPO é uma instalação realizada no Paço Imperial, residência da Coroa Portuguesa no Rio de Janeiro.
Resultado de 6 anos de pesquisa sobre os sinos , a memória, a história e o tempo.
Seis igrejas circundam o Paço Imperial.
O SOM DO TEMPO ou tudo que se dá a ouvir é uma instalação de badalos de sinos quebrados de dimensões variadas presos às paredes do espaço expositivo, Logo abaixo dos badalos ergue-se uma pirâmide com 1,80m (ou 7 palmos) de terra negra e 50kg de areia dourada, soterrando uma cadeira de alto espaldar. Pela instalação são exibidos três vídeos de 7 horas cada. Cada vídeo traz uma memória a partir da constituição familiar da artista como um microcosmo étnico do povo brasileiro:
A memória ouvida e testemunhada: da avó alemã. A memória apropriada construída através dos outros: da avó manauara, que a artista desconhece. E a memória do transe, do delírio
A instalação transborda as paredes do espaço expositivo quando é ativado pelo som da cidade: todos estes vídeos estão sincronizados aos sinos das igrejas no entorno, a cada meia hora quando soam os sinos das igrejas ao redor as imagens congelam e emudecem, e a cada hora, as imagens e o som se apagam, deixando o espectador frente ao gigantesco aterramento.
O primeiro vídeo apresenta trechos do longa No Paiz das Amazonas de 1921. Produzido por Silvino Santos, primeiro fotógrafo e cinegrafista brasileiro a captar na primeira metade do século XX importantes e controversos registros visuais da Amazônia. Construindo uma realidade encomendada, o cineasta, ligado às elites locais de comerciantes e governantes, retratou a continuidade da política de colonização do Brasil. Mesmo ignorando questões como o extermínio étnico dos indígenas vistos como entraves ao progresso, Silvino traz imagens da vasta exploração da natureza da região e da mão-de-obra local. O longa, visto hoje como um filme político, foi apropriado e editado pela artista, intercalando seus trechos com imagens de vídeos de outros artistas. Imagens reais e oníricas se misturam num devaneio.
Seu som, traz o trabalho do artista de Hong Kong, Samson Young, produzido através do prêmio Art Bazel BMW, veiculado na Radio Documenta 14, com sinos de 11 países por onde viajou. Uma memória apropriada, construída através do olhar dos outros.
O Segundo vídeo apresenta a viagem à Ullersdorf an der Biele1 e de minha mãe 20 anos antes. Uma história ouvida e vivida, mas que permanece congelada num tempo romântico.
O último vídeo apresenta um pequeno estábulo de animais na Polônia com o teto formado por abóbodas, onde andorinhas fizeram seus ninhos. O vídeo tem duas velocidades correndo também em câmera lenta.Imagens de uma memória de transe e delírio.
Ao, através do badalar dos sinos do Centro da cidade, sincronizar e relacionar as memórias de sua história pessoal à memória histórica de colonização do País, a artista perverte o tempo cronológico, atualizando e questionando a “evolução” dos projetos de progresso e desenvolvimento adotados.
Sem Título - trabalhadores
Intervenções em trechos do filme – propaganda em defesa de seringueiros – “No Paíz das Amazonas” de Silvino Santos, que retrata trabalhadores, nativos e ribeirinhos no início do século XX em Manaus cenograficamente vestidos de roupas novas e muito alvas e frases sobre as relações de trabalho vigentes que acompanham as imagens
políptico
intervenções sobre stills do Filme No Paíz das Amazonas de Silvino Santos impressos sobre papel algodão
200x200cm
2021
Sem Título - trabalhadores (detalhe)
Intervenções em trechos do filme – propaganda em defesa de seringueiros – “No Paíz das Amazonas” de Silvino Santos, que retrata trabalhadores, nativos e ribeirinhos no início do século XX em Manaus cenograficamente vestidos de roupas novas e muito alvas e frases sobre as relações de trabalho vigentes que acompanham as imagens
políptico
intervenções sobre stills do Filme No Paíz das Amazonas de Silvino Santos impressos sobre papel algodão
200x200cm
2021
Sem Título - trabalhadores (detalhe)
Intervenções em trechos do filme – propaganda em defesa de seringueiros – “No Paíz das Amazonas” de Silvino Santos, que retrata trabalhadores, nativos e ribeirinhos no início do século XX em Manaus cenograficamente vestidos de roupas novas e muito alvas e frases sobre as relações de trabalho vigentes que acompanham as imagens
políptico
intervenções sobre stills do Filme No Paíz das Amazonas de Silvino Santos impressos sobre papel algodão
200x200cm
2021
Sem Título - trabalhadores (detalhe)
Intervenções em trechos do filme – propaganda em defesa de seringueiros – “No Paíz das Amazonas” de Silvino Santos, que retrata trabalhadores, nativos e ribeirinhos no início do século XX em Manaus cenograficamente vestidos de roupas novas e muito alvas e frases sobre as relações de trabalho vigentes que acompanham as imagens
políptico
intervenções sobre stills do Filme No Paíz das Amazonas de Silvino Santos impressos sobre papel algodão
200x200cm
2021
Sem Título - índigenas
O filme – propaganda em defesa de seringueiros – “No Paíz das Amazonas” de Silvino Santos, retrata artificialmente os povos indígenas no início do século XX, forçando-os a interpretações. Por isso no trabalho os olhos, no momento de exaustão, são retirados e os corpos velados com uma fina camada de cor cinza.
biptico
intervenções sobre stills do filme “No Paíz das Amazonas” de Silvino Santos impressos sobre papel algodão
180x130cm
O Som do Tempo
Badalo de sino quebrado, redoma de
vidro, arame dourado, areia dourada
Edição de 50 unidades + 10 P.A.
Numerado e assinado
2018
O Som do Tempo II
redoma de vidro, badalo, funil de vidro, vergalhão dourado
40x14cm
1+PA
2021
tudo que se dá a ouvir
tudo que se dá a ouvir
Trata-se de uma performance, onde o container é o sino.
Vestindo calça e camisa de algodão cru e luvas brancas – em referencia ao filme- propaganda em defesa de seringueiros “No Paíz das Amazonas” de Silvino Santos, que retrata trabalhadores, nativos e ribeirinhos no início do século XX em Manaus cenograficamente vestidos de roupas novas e muito alvas -– a artista lançará 12 badalos de sino antigos e quebrados, posteriormente expostos no Paço Imperial, com exceção de um, contra as paredes do espaço, fazendo toda a caixa metálica ressoar, libertando o som do tempo.
vídeo 4 k
duração 4’30”
3 edições
2021
tudo que se dá a ouvir
Trata-se de uma performance, onde o container é o sino.
Vestindo calça e camisa de algodão cru e luvas brancas – em referencia ao filme- propaganda em defesa de seringueiros “No Paíz das Amazonas” de Silvino Santos, que retrata trabalhadores, nativos e ribeirinhos no início do século XX em Manaus cenograficamente vestidos de roupas novas e muito alvas -– a artista lançará 12 badalos de sino antigos e quebrados, posteriormente expostos no Paço Imperial, com exceção de um, contra as paredes do espaço, fazendo toda a caixa metálica ressoar, libertando o som do tempo.
vídeo 4 k
duração 4’30”
3 edições
2021
tudo que se dá a ouvir
Trata-se de uma performance, onde o container é o sino.
Vestindo calça e camisa de algodão cru e luvas brancas – em referencia ao filme- propaganda em defesa de seringueiros “No Paíz das Amazonas” de Silvino Santos, que retrata trabalhadores, nativos e ribeirinhos no início do século XX em Manaus cenograficamente vestidos de roupas novas e muito alvas -– a artista lançará 12 badalos de sino antigos e quebrados, posteriormente expostos no Paço Imperial, com exceção de um, contra as paredes do espaço, fazendo toda a caixa metálica ressoar, libertando o som do tempo.
vídeo 4 k
duração 4’30”
3 edições
tudo que se dá a ouvir
badalo e luva ativados na performance tudo que se dá a ouvir
20x40x10cm
2021
tudo que se dá a ouvir
badalo e luva ativados na performance tudo que se dá a ouvir
20x40x10cm
2021
Poucas Horas
Poucas Horas
badalos de sino ativados na performance tudo que se dá a ouvir, prego de cobre, areia sobre madeira
75,5X21X15cm
2021
Poucas Horas (detalhe)
badalos de sino ativados na performance tudo que se dá a ouvir, prego de cobre, areia sobre madeira
75,5X21X15cm
2021
Poucas Horas (detalhe)
badalos de sino ativados na performance tudo que se dá a ouvir, prego de cobre, areia sobre madeira
75,5X21X15cm
2021
Poucas Horas
badalos de sino ativados na performance tudo que se dá a ouvir, prego de cobre, areia sobre madeira
75,5X21X15cm
2021
Tempo Móvel
Ritornello
PROJETO TEMPO MÓVEL – desenvolvido na residência artística Echangeur22, Saint-Laurent-des-Arbres, França
A partir do badalar dos sinos da cidade, construir uma instalação composta de uma composição musical, vídeos e objetos/elementos. A sequência desta composição será determinada pela memória das pessoas que passam e ouvem os sinos: 1)Escolherei aleatoriamente passantes e perguntarei que lembranças tem quando os sinos tocam, filmando-os neste momento, assim como gravando o som do badalar. 2)Distribuirei estas lembranças no tempo de recordação de cada um. Criando uma linha do tempo de memórias. 3)Cada gravação do som do sino, que corresponde à uma memória, será organizada de acordo com esta linha do tempo, o que estabelecerá a sequência dos sons na composição. 4)Os vídeos das entrevistas serão editados e as memórias, assim como a história dos sinos que deram origem às lembranças, serão transformados em objetos/elementos presentes na instalação.
O alcance auditivo dos sinos define territórios, separando uma comunidade de outra ao longo de irregulares linhas culturais, religiosas ou ideológicas. Os sinos também conectam os indivíduos. Quando soam, seu tom e plenitude de volume tornam-se fontes de orgulho e lembranças coletivas, assim como memórias particulares. Dizem, que por seu cunho histórico, os sinos tem o poder de diminuir o tempo entre passado, presente e futuro num momento de suspensão. Em contraste, o badalar dos sinos também anunciam circularmente as horas de trabalho e as obrigações impostas pelo cotidiano. No Brasil escravagista, apesar dos sinos serem tangidos pelos escravos que traziam a herança africana aos toques, o tempo era percebido de forma dissonante entre dominados e dominadores, exaltando o sentimento de não-pertencimento. Ao choque da escravização e do desenraizamento se juntava essa diferença cognitiva: os escravos afirmavam que não sabiam medir o tempo, ou conheciam o tempo de forma diversa do branco. Walter Benjamin distingue o tempo do trabalho cotidiano, homogêneo da rotina, determinado pelos sinos das horas, esvaziado de vida, do tempo ritmado pelo som dos sinos das festas. O tempo homogêneo e vazio é preenchido como um recipiente, que amontoa indiferentemente os trabalhos e os dias. O tempo histórico marca o tempo como dias de recordação, pontos cheios que capturam e coagulam o presente, passado e futuro. O tempo histórico, da memória, é a transgressão do tempo natural.Ao entrevistar as pessoas descobri que basicamente temos 4 memórias ligadas ao badalar dos sinos: Celebrações com felicidade, Cerimônias com tristeza, pertencimento/território e controle.
A partir desses 4 elementos desenvolvi a instalação RITORNELLO, onde os espectadores se deparavam com um espaço definido pelas estacas e controlado pelas linhas douradas, que atravessavam ao centro da instalação um relógio do sol sobre uma torre espelhada, na qual todos podiam se ver simultaneamente. A composição sonora feita a partir das memórias da linha do tempo criada era ouvida ao fundo.
Instalação
Estacas de madeira, quadros negros marcados com giz, pedras, linhas douradas, pendulos de
sinos, linhas pedras e composição sonora
Dimensões variáveis
2019
Ritornello
PROJETO TEMPO MÓVEL – desenvolvido na residência artística Echangeur22, Saint-Laurent-des-Arbres, França
A partir do badalar dos sinos da cidade, construir uma instalação composta de uma composição musical, vídeos e objetos/elementos. A sequência desta composição será determinada pela memória das pessoas que passam e ouvem os sinos: 1)Escolherei aleatoriamente passantes e perguntarei que lembranças tem quando os sinos tocam, filmando-os neste momento, assim como gravando o som do badalar. 2)Distribuirei estas lembranças no tempo de recordação de cada um. Criando uma linha do tempo de memórias. 3)Cada gravação do som do sino, que corresponde à uma memória, será organizada de acordo com esta linha do tempo, o que estabelecerá a sequência dos sons na composição.4)Os vídeos das entrevistas serão editados e as memórias, assim como a história dos sinos que deram origem às lembranças, serão transformados em objetos/elementos presentes na instalação.
O alcance auditivo dos sinos define territórios, separando uma comunidade de outra ao longo de irregulares linhas culturais, religiosas ou ideológicas. Os sinos também conectam os indivíduos. Quando soam, seu tom e plenitude de volume tornam-se fontes de orgulho e lembranças coletivas, assim como memórias particulares. Dizem, que por seu cunho histórico, os sinos tem o poder de diminuir o tempo entre passado, presente e futuro num momento de suspensão. Em contraste, o badalar dos sinos também anunciam circularmente as horas de trabalho e as obrigações impostas pelo cotidiano. No Brasil escravagista, apesar dos sinos serem tangidos pelos escravos que traziam a herança africana aos toques, o tempo era percebido de forma dissonante entre dominados e dominadores, exaltando o sentimento de não-pertencimento. Ao choque da escravização e do desenraizamento se juntava essa diferença cognitiva: os escravos afirmavam que não sabiam medir o tempo, ou conheciam o tempo de forma diversa do branco. Walter Benjamin distingue o tempo do trabalho cotidiano, homogêneo da rotina, determinado pelos sinos das horas, esvaziado de vida, do tempo ritmado pelo som dos sinos das festas. O tempo homogêneo e vazio é preenchido como um recipiente, que amontoa indiferentemente os trabalhos e os dias. O tempo histórico marca o tempo como dias de recordação, pontos cheios que capturam e coagulam o presente, passado e futuro. O tempo histórico, da memória, é a transgressão do tempo natural.Ao entrevistar as pessoas descobri que basicamente temos 4 memórias ligadas ao badalar dos sinos: Celebrações com felicidade, Cerimônias com tristeza, pertencimento/território e controle.
A partir desses 4 elementos desenvolvi a instalação RITORNELLO, onde os espectadores se deparavam com um espaço definido pelas estacas e controlado pelas linhas douradas, que atravessavam ao centro da instalação um relógio do sol sobre uma torre espelhada, na qual todos podiam se ver simultaneamente. A composição sonora feita a partir das memórias da linha do tempo criada era ouvida ao fundo.
Instalação
Estacas de madeira, quadros negros marcados com giz, pedras, linhas douradas, pendulos de
sinos, linhas pedras e composição sonora
Dimensões variáveis
2019
Partita I
PROJETO TEMPO MÓVEL desenvolvido na residência artística Echangeur22, Saint-Laurent-des-Arbres, França
A partir do badalar dos sinos da cidade, construir uma instalação composta de uma composição musical, vídeos e objetos/elementos. A sequência desta composição será determinada pela memória das pessoas que passam e ouvem os sinos: 1)Escolherei aleatoriamente passantes e perguntarei que lembranças tem quando os sinos tocam, filmando-os neste momento, assim como gravando o som do badalar. 2)Distribuirei estas lembranças no tempo de recordação de cada um. Criando uma linha do tempo de memórias. 3)Cada gravação do som do sino, que corresponde à uma memória, será organizada de acordo com esta linha do tempo, o que estabelecerá a sequência dos sons na composição. 4)Os vídeos das entrevistas serão editados e as memórias, assim como a história dos sinos que deram origem às lembranças, serão transformados em objetos/elementos presentes na instalação. O alcance auditivo dos sinos define territórios, separando uma comunidade de outra ao longo de irregulares linhas culturais, religiosas ou ideológicas. Os sinos também conectam os indivíduos. Quando soam, seu tom e plenitude de volume tornam-se fontes de orgulho e lembranças coletivas, assim como memórias particulares. Dizem, que por seu cunho histórico, os sinos tem o poder de diminuir o tempo entre passado, presente e futuro num momento de suspensão. Em contraste, o badalar dos sinos também anunciam circularmente as horas de trabalho e as obrigações impostas pelo cotidiano. No Brasil escravagista, apesar dos sinos serem tangidos pelos escravos que traziam a herança africana aos toques, o tempo era percebido de forma dissonante entre dominados e dominadores, exaltando o sentimento de não-pertencimento. Ao choque da escravização e do desenraizamento se juntava essa diferença cognitiva: os escravos afirmavam que não sabiam medir o tempo, ou conheciam o tempo de forma diversa do branco. Walter Benjamin distingue o tempo do trabalho cotidiano, homogêneo da rotina, determinado pelos sinos das horas, esvaziado de vida, do tempo ritmado pelo som dos sinos das festas. O tempo homogêneo e vazio é preenchido como um recipiente, que amontoa indiferentemente os trabalhos e os dias. O tempo histórico marca o tempo como dias de recordação, pontos cheios que capturam e coagulam o presente, passado e futuro. O tempo histórico, da memória, é a transgressão do tempo natural.
O processo de transcrição de memória ouvida para seu lugar na linha do tempo e a consequente alocação do som do badalar do sino daquele momento na composição sonora, fez surgir uma partitura. os seixos característicos da região, que já foi banhada pelo mar, assumiram com sua memória o papel das notas.
Lápis sobre papel e pedras.
100X300cm
project #4 / 2019. Echangeur 22
Partita I - Vista da Exposição Mobilité-Immobilité
PROJETO TEMPO MÓVEL desenvolvido na residência artística Echangeur22, Saint-Laurent-des-Arbres, França
A partir do badalar dos sinos da cidade, construir uma instalação composta de uma composição musical, vídeos e objetos/elementos. A sequência desta composição será determinada pela memória das pessoas que passam e ouvem os sinos: 1)Escolherei aleatoriamente passantes e perguntarei que lembranças tem quando os sinos tocam, filmando-os neste momento, assim como gravando o som do badalar. 2)Distribuirei estas lembranças no tempo de recordação de cada um. Criando uma linha do tempo de memórias. 3)Cada gravação do som do sino, que corresponde à uma memória, será organizada de acordo com esta linha do tempo, o que estabelecerá a sequência dos sons na composição. 4)Os vídeos das entrevistas serão editados e as memórias, assim como a história dos sinos que deram origem às lembranças, serão transformados em objetos/elementos presentes na instalação. O alcance auditivo dos sinos define territórios, separando uma comunidade de outra ao longo de irregulares linhas culturais, religiosas ou ideológicas. Os sinos também conectam os indivíduos. Quando soam, seu tom e plenitude de volume tornam-se fontes de orgulho e lembranças coletivas, assim como memórias particulares. Dizem, que por seu cunho histórico, os sinos tem o poder de diminuir o tempo entre passado, presente e futuro num momento de suspensão. Em contraste, o badalar dos sinos também anunciam circularmente as horas de trabalho e as obrigações impostas pelo cotidiano. No Brasil escravagista, apesar dos sinos serem tangidos pelos escravos que traziam a herança africana aos toques, o tempo era percebido de forma dissonante entre dominados e dominadores, exaltando o sentimento de não-pertencimento. Ao choque da escravização e do desenraizamento se juntava essa diferença cognitiva: os escravos afirmavam que não sabiam medir o tempo, ou conheciam o tempo de forma diversa do branco. Walter Benjamin distingue o tempo do trabalho cotidiano, homogêneo da rotina, determinado pelos sinos das horas, esvaziado de vida, do tempo ritmado pelo som dos sinos das festas. O tempo homogêneo e vazio é preenchido como um recipiente, que amontoa indiferentemente os trabalhos e os dias. O tempo histórico marca o tempo como dias de recordação, pontos cheios que capturam e coagulam o presente, passado e futuro. O tempo histórico, da memória, é a transgressão do tempo natural.
O processo de transcrição de memória ouvida para seu lugar na linha do tempo e a consequente alocação do som do badalar do sino daquele momento na composição sonora, fez surgir uma partitura. os seixos característicos da região, que já foi banhada pelo mar, assumiram com sua memória o papel das notas.
Lápis sobre papel e pedras.
100X300cm
project #4 / 2019. Echangeur 22
O processo de transcrição de memória ouvida para seu lugar na linha do tempo e a consequente alocação do som do badalar do sino daquele momento na composição sonora, fez surgir uma partitura. os seixos característicos da região, que já foi banhada pelo mar, assumiram com sua memória o papel das notas.
Lápis sobre
papel e pedras.
100X300cm
project #4 / 2019. Echangeur 22
Partita I - vista da exposição Mobilité-Immobilité
PROJETO TEMPO MÓVEL desenvolvido na residência artística Echangeur22, Saint-Laurent-des-Arbres, França
A partir do badalar dos sinos da cidade, construir uma instalação composta de uma composição musical, vídeos e objetos/elementos. A sequência desta composição será determinada pela memória das pessoas que passam e ouvem os sinos: 1)Escolherei aleatoriamente passantes e perguntarei que lembranças tem quando os sinos tocam, filmando-os neste momento, assim como gravando o som do badalar. 2)Distribuirei estas lembranças no tempo de recordação de cada um. Criando uma linha do tempo de memórias. 3)Cada gravação do som do sino, que corresponde à uma memória, será organizada de acordo com esta linha do tempo, o que estabelecerá a sequência dos sons na composição. 4)Os vídeos das entrevistas serão editados e as memórias, assim como a história dos sinos que deram origem às lembranças, serão transformados em objetos/elementos presentes na instalação. O alcance auditivo dos sinos define territórios, separando uma comunidade de outra ao longo de irregulares linhas culturais, religiosas ou ideológicas. Os sinos também conectam os indivíduos. Quando soam, seu tom e plenitude de volume tornam-se fontes de orgulho e lembranças coletivas, assim como memórias particulares. Dizem, que por seu cunho histórico, os sinos tem o poder de diminuir o tempo entre passado, presente e futuro num momento de suspensão. Em contraste, o badalar dos sinos também anunciam circularmente as horas de trabalho e as obrigações impostas pelo cotidiano. No Brasil escravagista, apesar dos sinos serem tangidos pelos escravos que traziam a herança africana aos toques, o tempo era percebido de forma dissonante entre dominados e dominadores, exaltando o sentimento de não-pertencimento. Ao choque da escravização e do desenraizamento se juntava essa diferença cognitiva: os escravos afirmavam que não sabiam medir o tempo, ou conheciam o tempo de forma diversa do branco. Walter Benjamin distingue o tempo do trabalho cotidiano, homogêneo da rotina, determinado pelos sinos das horas, esvaziado de vida, do tempo ritmado pelo som dos sinos das festas. O tempo homogêneo e vazio é preenchido como um recipiente, que amontoa indiferentemente os trabalhos e os dias. O tempo histórico marca o tempo como dias de recordação, pontos cheios que capturam e coagulam o presente, passado e futuro. O tempo histórico, da memória, é a transgressão do tempo natural.
O processo de transcrição de memória ouvida para seu lugar na linha do tempo e a consequente alocação do som do badalar do sino daquele momento na composição sonora, fez surgir uma partitura. os seixos característicos da região, que já foi banhada pelo mar, assumiram com sua memória o papel das notas.
Lápis sobre papel e pedras.
100X300cm
project #4 / 2019. Echangeur 22
Partita I - vista da exposição Mobilité-Immobilité
PROJETO TEMPO MÓVEL desenvolvido na residência artística Echangeur22, Saint-Laurent-des-Arbres, França
A partir do badalar dos sinos da cidade, construir uma instalação composta de uma composição musical, vídeos e objetos/elementos. A sequência desta composição será determinada pela memória das pessoas que passam e ouvem os sinos: 1)Escolherei aleatoriamente passantes e perguntarei que lembranças tem quando os sinos tocam, filmando-os neste momento, assim como gravando o som do badalar. 2)Distribuirei estas lembranças no tempo de recordação de cada um. Criando uma linha do tempo de memórias. 3)Cada gravação do som do sino, que corresponde à uma memória, será organizada de acordo com esta linha do tempo, o que estabelecerá a sequência dos sons na composição. 4)Os vídeos das entrevistas serão editados e as memórias, assim como a história dos sinos que deram origem às lembranças, serão transformados em objetos/elementos presentes na instalação. O alcance auditivo dos sinos define territórios, separando uma comunidade de outra ao longo de irregulares linhas culturais, religiosas ou ideológicas. Os sinos também conectam os indivíduos. Quando soam, seu tom e plenitude de volume tornam-se fontes de orgulho e lembranças coletivas, assim como memórias particulares. Dizem, que por seu cunho histórico, os sinos tem o poder de diminuir o tempo entre passado, presente e futuro num momento de suspensão. Em contraste, o badalar dos sinos também anunciam circularmente as horas de trabalho e as obrigações impostas pelo cotidiano. No Brasil escravagista, apesar dos sinos serem tangidos pelos escravos que traziam a herança africana aos toques, o tempo era percebido de forma dissonante entre dominados e dominadores, exaltando o sentimento de não-pertencimento. Ao choque da escravização e do desenraizamento se juntava essa diferença cognitiva: os escravos afirmavam que não sabiam medir o tempo, ou conheciam o tempo de forma diversa do branco. Walter Benjamin distingue o tempo do trabalho cotidiano, homogêneo da rotina, determinado pelos sinos das horas, esvaziado de vida, do tempo ritmado pelo som dos sinos das festas. O tempo homogêneo e vazio é preenchido como um recipiente, que amontoa indiferentemente os trabalhos e os dias. O tempo histórico marca o tempo como dias de recordação, pontos cheios que capturam e coagulam o presente, passado e futuro. O tempo histórico, da memória, é a transgressão do tempo natural.
O processo de transcrição de memória ouvida para seu lugar na linha do tempo e a consequente alocação do som do badalar do sino daquele momento na composição sonora, fez surgir uma partitura. os seixos característicos da região, que já foi banhada pelo mar, assumiram com sua memória o papel das notas.
Lápis sobre papel e pedras.
100X300cm
project #4 / 2019. Echangeur 22
NOTAS PARA SINOS (em Partita)
PROJETO TEMPO MÓVEL desenvolvido na residência artística Echangeur22, Saint-Laurent-des-Arbres, França
A partir do badalar dos sinos da cidade, construir uma instalação composta de uma composição musical, vídeos e objetos/elementos. A sequência desta composição será determinada pela memória das pessoas que passam e ouvem os sinos: 1)Escolherei aleatoriamente passantes e perguntarei que lembranças tem quando os sinos tocam, filmando-os neste momento, assim como gravando o som do badalar. 2)Distribuirei estas lembranças no tempo de recordação de cada um. Criando uma linha do tempo de memórias. 3)Cada gravação do som do sino, que corresponde à uma memória, será organizada de acordo com esta linha do tempo, o que estabelecerá a sequência dos sons na composição. 4)Os vídeos das entrevistas serão editados e as memórias, assim como a história dos sinos que deram origem às lembranças, serão transformados em objetos/elementos presentes na instalação. O alcance auditivo dos sinos define territórios, separando uma comunidade de outra ao longo de irregulares linhas culturais, religiosas ou ideológicas. Os sinos também conectam os indivíduos. Quando soam, seu tom e plenitude de volume tornam-se fontes de orgulho e lembranças coletivas, assim como memórias particulares. Dizem, que por seu cunho histórico, os sinos tem o poder de diminuir o tempo entre passado, presente e futuro num momento de suspensão. Em contraste, o badalar dos sinos também anunciam circularmente as horas de trabalho e as obrigações impostas pelo cotidiano. No Brasil escravagista, apesar dos sinos serem tangidos pelos escravos que traziam a herança africana aos toques, o tempo era percebido de forma dissonante entre dominados e dominadores, exaltando o sentimento de não-pertencimento. Ao choque da escravização e do desenraizamento se juntava essa diferença cognitiva: os escravos afirmavam que não sabiam medir o tempo, ou conheciam o tempo de forma diversa do branco. Walter Benjamin distingue o tempo do trabalho cotidiano, homogêneo da rotina, determinado pelos sinos das horas, esvaziado de vida, do tempo ritmado pelo som dos sinos das festas. O tempo homogêneo e vazio é preenchido como um recipiente, que amontoa indiferentemente os trabalhos e os dias. O tempo histórico marca o tempo como dias de recordação, pontos cheios que capturam e coagulam o presente, passado e futuro. O tempo histórico, da memória, é a transgressão do tempo natural.
O processo de transcrição de memória ouvida para seu lugar na linha do tempo e a consequente alocação do som do badalar do sino daquele momento na composição sonora, fez surgir uma partitura. os seixos característicos da região, que já foi banhada pelo mar, assumiram com sua memória o papel das notas.
Livro de artista
Pigmentos minerais sobre Canson com dobradura.
25 x 90 x 32 cm TIRAGEM 1+ 1 PA.
Project 4# /2019 Echangeur 22
2019
Notas para Sinos (em Partita)
PROJETO TEMPO MÓVEL desenvolvido na residência artística Echangeur22, Saint-Laurent-des-Arbres, França
A partir do badalar dos sinos da cidade, construir uma instalação composta de uma composição musical, vídeos e objetos/elementos. A sequência desta composição será determinada pela memória das pessoas que passam e ouvem os sinos: 1)Escolherei aleatoriamente passantes e perguntarei que lembranças tem quando os sinos tocam, filmando-os neste momento, assim como gravando o som do badalar. 2)Distribuirei estas lembranças no tempo de recordação de cada um. Criando uma linha do tempo de memórias. 3)Cada gravação do som do sino, que corresponde à uma memória, será organizada de acordo com esta linha do tempo, o que estabelecerá a sequência dos sons na composição. 4)Os vídeos das entrevistas serão editados e as memórias, assim como a história dos sinos que deram origem às lembranças, serão transformados em objetos/elementos presentes na instalação. O alcance auditivo dos sinos define territórios, separando uma comunidade de outra ao longo de irregulares linhas culturais, religiosas ou ideológicas. Os sinos também conectam os indivíduos. Quando soam, seu tom e plenitude de volume tornam-se fontes de orgulho e lembranças coletivas, assim como memórias particulares. Dizem, que por seu cunho histórico, os sinos tem o poder de diminuir o tempo entre passado, presente e futuro num momento de suspensão. Em contraste, o badalar dos sinos também anunciam circularmente as horas de trabalho e as obrigações impostas pelo cotidiano. No Brasil escravagista, apesar dos sinos serem tangidos pelos escravos que traziam a herança africana aos toques, o tempo era percebido de forma dissonante entre dominados e dominadores, exaltando o sentimento de não-pertencimento. Ao choque da escravização e do desenraizamento se juntava essa diferença cognitiva: os escravos afirmavam que não sabiam medir o tempo, ou conheciam o tempo de forma diversa do branco. Walter Benjamin distingue o tempo do trabalho cotidiano, homogêneo da rotina, determinado pelos sinos das horas, esvaziado de vida, do tempo ritmado pelo som dos sinos das festas. O tempo homogêneo e vazio é preenchido como um recipiente, que amontoa indiferentemente os trabalhos e os dias. O tempo histórico marca o tempo como dias de recordação, pontos cheios que capturam e coagulam o presente, passado e futuro. O tempo histórico, da memória, é a transgressão do tempo natural.
O processo de transcrição de memória ouvida para seu lugar na linha do tempo e a consequente alocação do som do badalar do sino daquele momento na composição sonora, fez surgir uma partitura. os seixos característicos da região, que já foi banhada pelo mar, assumiram com sua memória o papel das notas.
Livro de artista
Pigmentos minerais sobre Canson com dobradura.
25 x 90 x 32 cm TIRAGEM 1+ 1 PA.
Project 4# /2019 Echangeur 22
2019
O processo de transcrição de memória ouvida para seu lugar na linha do tempo e a consequente alocação do som do badalar do sino daquele momento na composição sonora, fez surgir uma partitura. os seixos característicos da região, que já foi banhada pelo mar, assumiram com sua memória o papel das notas.
Livro de artista
Pigmentos minerais sobre Canson com dobradura.
25 x 90 x 32 cm TIRAGEM 1+ 1 PA.
Project 4# /2019 Echangeur 22
2019
Notas para Sinos (em Partita)
PROJETO TEMPO MÓVEL desenvolvido na residência artística Echangeur22, Saint-Laurent-des-Arbres, França
A partir do badalar dos sinos da cidade, construir uma instalação composta de uma composição musical, vídeos e objetos/elementos. A sequência desta composição será determinada pela memória das pessoas que passam e ouvem os sinos: 1)Escolherei aleatoriamente passantes e perguntarei que lembranças tem quando os sinos tocam, filmando-os neste momento, assim como gravando o som do badalar. 2)Distribuirei estas lembranças no tempo de recordação de cada um. Criando uma linha do tempo de memórias. 3)Cada gravação do som do sino, que corresponde à uma memória, será organizada de acordo com esta linha do tempo, o que estabelecerá a sequência dos sons na composição. 4)Os vídeos das entrevistas serão editados e as memórias, assim como a história dos sinos que deram origem às lembranças, serão transformados em objetos/elementos presentes na instalação. O alcance auditivo dos sinos define territórios, separando uma comunidade de outra ao longo de irregulares linhas culturais, religiosas ou ideológicas. Os sinos também conectam os indivíduos. Quando soam, seu tom e plenitude de volume tornam-se fontes de orgulho e lembranças coletivas, assim como memórias particulares. Dizem, que por seu cunho histórico, os sinos tem o poder de diminuir o tempo entre passado, presente e futuro num momento de suspensão. Em contraste, o badalar dos sinos também anunciam circularmente as horas de trabalho e as obrigações impostas pelo cotidiano. No Brasil escravagista, apesar dos sinos serem tangidos pelos escravos que traziam a herança africana aos toques, o tempo era percebido de forma dissonante entre dominados e dominadores, exaltando o sentimento de não-pertencimento. Ao choque da escravização e do desenraizamento se juntava essa diferença cognitiva: os escravos afirmavam que não sabiam medir o tempo, ou conheciam o tempo de forma diversa do branco. Walter Benjamin distingue o tempo do trabalho cotidiano, homogêneo da rotina, determinado pelos sinos das horas, esvaziado de vida, do tempo ritmado pelo som dos sinos das festas. O tempo homogêneo e vazio é preenchido como um recipiente, que amontoa indiferentemente os trabalhos e os dias. O tempo histórico marca o tempo como dias de recordação, pontos cheios que capturam e coagulam o presente, passado e futuro. O tempo histórico, da memória, é a transgressão do tempo natural.
O processo de transcrição de memória ouvida para seu lugar na linha do tempo e a consequente alocação do som do badalar do sino daquele momento na composição sonora, fez surgir uma partitura. os seixos característicos da região, que já foi banhada pelo mar, assumiram com sua memória o papel das notas.
Livro de artista
Pigmentos minerais sobre Canson com dobradura.
25 x 90 x 32 cm TIRAGEM 1+ 1 PA.
Project 4# /2019 Echangeur 22
2019
O processo de transcrição de memória ouvida para seu lugar na linha do tempo e a consequente alocação do som do badalar do sino daquele momento na composição sonora, fez surgir uma partitura. os seixos característicos da região, que já foi banhada pelo mar, assumiram com sua memória o papel das notas.
Livro de artista
Pigmentos minerais sobre Canson com dobradura.
25 x 90 x 32 cm TIRAGEM 1+ 1 PA.
Project 4# /2019 Echangeur 22
2019
trabalhos sonoros
Sem Título
No dia dos mortos fui ao cemitério São João Batista para gravar os sinos , chegando lá encontrei porém uma enorme variedade de manifestações religiosas comemorando a data. Assim decidi gravar além dos sinos, os tambores de umbanda que ressoavam fortemente a partir de uma roda. Esse som se tornou uma campainha que foi instalada na porta da galeria.
MP3
1’12”
2019